Tragédia na BR-403: acidente com ônibus universitários abala o Ceará
Na noite de quinta-feira (14), uma colisão devastadora entre dois ônibus universitários transformou o interior do Ceará em cenário de luto e comoção. O acidente, registrado na BR-403, no município de Marco — a cerca de 230 km de Fortaleza —, resultou na morte precoce de duas jovens estudantes de Farmácia. As vítimas, identificadas como Alessamia Menezes e Eduarda Rocha, eram alunas dedicadas do Centro Universitário Inta (Uninta), em Sobral, e agora se tornaram símbolos da fragilidade da vida e da urgência por segurança nas estradas brasileiras.
Viagem de rotina que terminou em tragédia
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ambos os veículos pertenciam à mesma empresa e realizavam o trajeto diário entre Sobral e Marco, transportando dezenas de estudantes em busca de formação acadêmica. O que deveria ser apenas mais uma viagem comum se transformou em uma tragédia quando o primeiro ônibus parou no acostamento para o desembarque de um passageiro. O segundo, que vinha logo atrás, não conseguiu frear a tempo e colidiu violentamente contra a traseira.
As estudantes estavam nas primeiras fileiras do veículo atingidor, posição que infelizmente aumentou a gravidade do impacto. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado imediatamente, mas não houve tempo para socorro eficaz: Alessamia e Eduarda já não resistiam quando as equipes chegaram ao local. Outras duas pessoas sofreram ferimentos e foram encaminhadas para atendimento hospitalar.
Comoção coletiva e homenagem às vítimas
O Uninta decretou três dias de luto oficial e suspendeu as aulas do curso de Farmácia como forma de respeito e solidariedade às famílias. Em nota, a instituição destacou a dedicação das jovens e se solidarizou com os colegas, professores e amigos.
A Prefeitura de Marco também declarou luto oficial, reforçando que Alessamia e Eduarda eram exemplos de perseverança, enfrentando diariamente longas viagens em busca de um futuro melhor. As cidades de Marco e Sobral se uniram em vigílias, homenagens e mensagens de apoio, transformando a dor coletiva em um gesto de união e memória.
Falhas na segurança e questionamentos urgentes
O acidente reacendeu o debate sobre a segurança no transporte estudantil em rodovias do interior, onde frequentemente faltam fiscalização adequada, manutenção das vias e acompanhamento rigoroso das empresas responsáveis. Especialistas em trânsito alertam que, sem medidas preventivas efetivas, tragédias semelhantes podem se repetir em outros pontos críticos do estado.
As investigações conduzidas pela PRF já estão em andamento e buscam analisar desde as condições mecânicas dos veículos até a conduta dos motoristas. O laudo pericial, que deve ser divulgado em breve, será crucial para determinar responsabilidades e apontar falhas que levaram a um desfecho tão doloroso.
Um alerta que precisa gerar mudanças
A perda de Alessamia e Eduarda não deve ser apenas uma estatística nas páginas policiais. Trata-se de um chamado urgente para que autoridades, empresas de transporte e sociedade civil discutam soluções reais para a mobilidade estudantil. Cada vida preservada é uma vitória contra a negligência e um passo em direção a estradas mais seguras.
Enquanto isso, familiares, amigos e toda a comunidade acadêmica se apoiam no luto coletivo. A memória das jovens seguirá como um lembrete da necessidade de transformar dor em ação — para que tragédias como a da BR-403 nunca mais se repitam.
