E agora Lula? Por essa o Luiz não esperava, ele acaba de saber q… Ler mais

A mais recente pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20), revelou um cenário que movimenta o tabuleiro político brasileiro: a avaliação do governo Lula (PT) atingiu seu melhor índice desde janeiro de 2025. A desaprovação caiu para 51% — dois pontos a menos que o levantamento anterior — enquanto a aprovação subiu três pontos, alcançando 46%. Essa aproximação reduz a diferença entre aprovação e rejeição, que em maio chegava a 17 pontos, para o menor patamar do ano.

Com margem de erro de dois pontos percentuais e confiança de 95%, os números apontam uma recuperação consistente da imagem presidencial. Após meses de desgaste, o movimento de crescimento na aprovação reacende debates sobre política, economia e o rumo do país.

Alívio no bolso e firmeza internacional: os fatores que impulsionam a aprovação

Especialistas indicam dois pilares centrais para essa recuperação. O primeiro está no campo econômico: a percepção de que a inflação dos alimentos deu uma trégua. Cada vez mais brasileiros acreditam que os preços recuaram, aliviando o custo de vida das famílias e reduzindo tensões sociais.

O segundo fator é político. A postura firme de Lula diante das tarifas impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros repercutiu positivamente. Para parte da população, o presidente mostrou liderança e defesa dos interesses nacionais em um momento de pressão externa. Segundo a Quaest, 64% dos brasileiros acreditam que as medidas dos Estados Unidos vão encarecer os alimentos, mas 48% avaliam que Lula e o PT têm agido corretamente. Esse respaldo fortaleceu o governo, especialmente entre os eleitores de baixa renda e do Nordeste.

A força do Nordeste e a surpresa de São Paulo

Regionalmente, o Nordeste segue como o maior reduto de apoio a Lula. A aprovação na região subiu sete pontos, atingindo 60%. Já em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, houve uma mudança simbólica: a aprovação avançou de 29% para 34%, enquanto a rejeição caiu de 69% para 65%. Ainda que os números sejam desfavoráveis, o movimento sinaliza uma possível abertura em um território historicamente resistente ao PT.

No Sul, entretanto, o cenário permanece desafiador: 61% desaprovam a gestão, confirmando a região como a mais crítica ao atual governo. Essa diferença regional reforça a necessidade de estratégias segmentadas para consolidar a recuperação.

Homens, mulheres e idosos: o que revelam os recortes da pesquisa

A análise por gênero e idade mostra nuances importantes. Entre os homens, a desaprovação caiu cinco pontos e a aprovação cresceu na mesma proporção, reduzindo a distância entre os dois indicadores para nove pontos — a menor desde janeiro.

Entre as mulheres, o cenário é de empate técnico: 49% desaprovam e 48% aprovam o governo. Já entre os idosos acima de 60 anos, a recuperação é evidente: 55% aprovam contra 42% de rejeição. Esse salto de sete pontos em apenas um mês revela uma reconquista significativa de um grupo que vinha se afastando.

Conclusão: início de uma virada ou alívio passageiro?

Os resultados da pesquisa Quaest indicam um momento de virada para o Palácio do Planalto. Se em maio o desgaste era crescente, agora Lula consegue estancar a queda e abrir espaço para a recuperação de confiança. O tripé formado pelo alívio na inflação dos alimentos, pela firmeza em negociações internacionais e pelo avanço em regiões estratégicas pode garantir fôlego extra à gestão.

A grande questão é se essa tendência se consolidará nos próximos meses ou se trata apenas de um respiro temporário em meio às turbulências políticas e econômicas que ainda desafiam o governo.

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