Ação contra Bolsonaro por golpe avança à fase decisiva no STF nesta semana

STF entra na reta final do processo contra Bolsonaro: tensão máxima em Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou à fase decisiva do processo que pode mudar para sempre o destino político de Jair Bolsonaro. A partir de 13 de setembro, encerra-se o prazo para que as defesas dos sete réus do chamado “núcleo do golpe” apresentem suas alegações finais. Este é o último movimento antes do ministro Alexandre de Moraes elaborar seu voto — um passo que poderá selar o futuro do ex-presidente e acirrar ainda mais o clima político no Brasil.

Alegações finais: a última batalha antes do voto de Moraes

As alegações finais representam o momento derradeiro para os advogados reverterem o jogo. É a chance de apresentar provas, contradições e argumentos capazes de influenciar diretamente os ministros. Com todo o material processual em mãos, Moraes terá liberdade para redigir um voto que pode ter efeito imediato sobre Bolsonaro e seus aliados. Nos bastidores, operadores políticos falam em tensão máxima: qualquer sinal do relator será dissecado por apoiadores e opositores, que já se preparam para narrativas opostas sobre o julgamento.

Quem são os réus e as estratégias de defesa

O processo vai muito além de Bolsonaro. Estão no banco dos réus nomes de peso da política e das Forças Armadas: Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier.
Cada defesa adota um caminho distinto: Mauro Cid, por exemplo, afirma ter sido contrário a qualquer ruptura institucional e apresentou diálogos que, segundo seus advogados, provariam sua posição contrária a um golpe. Outros buscam dissociar sua atuação de decisões políticas, alegando limitações hierárquicas ou funções meramente técnicas.

Pressão popular, reação no Congresso e embate com o STF

O pedido de prisão domiciliar de Bolsonaro, feito por Moraes, incendiou a capital federal. Milhares de apoiadores se concentraram em frente à casa do ex-presidente, promovendo carreatas e buzinaços. Dentro do Congresso, a oposição reagiu com força: parlamentares articularam protestos, discursos contra o STF e chegaram a propor o impeachment de Alexandre de Moraes. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), anunciou que pretende pautar um projeto para anistiar condenados pelos atos de 8 de janeiro, jogando mais lenha no fogo político.

Pressão internacional e próximos capítulos da crise

A disputa ganhou contornos internacionais. O Departamento de Estado dos EUA e a embaixada americana no Brasil manifestaram preocupação com as decisões de Moraes, chegando a acusá-lo de violações de direitos humanos. Em resposta, ministros do STF reafirmaram que não cederão a pressões externas e defenderam a independência plena do Judiciário brasileiro.
Nos próximos dias, Moraes deve abrir prazo para as alegações finais da Procuradoria-Geral da República, uma das últimas etapas antes do julgamento. Enquanto isso, o chamado “núcleo 2” do processo avança em paralelo, prometendo ampliar o alcance das investigações.

O desfecho desse caso não afetará apenas Bolsonaro e seus aliados — ele poderá redefinir o equilíbrio institucional do país e influenciar o clima político até as eleições de 2026. Brasília está em contagem regressiva, e cada movimento do STF será observado sob lupa por todo o Brasil.

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